Logística reversa: o que é e por que aplicar na sua empresa

Logística reversa: o que é e por que aplicar na sua empresa

Estabelecer ações e projetos para reduzir o impacto ambiental do seu negócio já se tornou uma importante estratégia para a reputação da marca. Nesse contexto, a logística reversa pode ter um papel relevante. Confira!

Responsabilidade social e sustentabilidade são valores importantes no mercado atualmente. Principalmente, quando o assunto é reputação corporativa e marketing.

Por isso, empresas do varejo, em especial, criam ações para promover a conscientização e a preservação do meio ambiente. Nesse sentido, reduzir o impacto de seus produtos é uma técnica bastante utilizada.

E é aqui que entra a logística reversa. Você conhece essa estratégia? Entenda seu conceito, benefícios e ainda como implementar na sua empresa.

O que é logística reversa?

A logística reversa, ou inversa, representa todas as operações relacionadas ao reaproveitamento de produtos e materiais. Isso pode incluir todo o processo de reciclagem, recuperação de matéria-prima, reforma e revenda de itens reabastecidos.

Explicamos melhor: a logística como já conhecemos é o que leva o produto até o cliente. Já, no caso da logística reversa, o recurso retrocede pelo menos um passo na cadeia de suprimentos.

Ao contrário do caminho primordial da logística, que é deslocar produtos do fabricante ao consumidor, ela visa justamente o contrário: o retorno de produtos para quem o produziu.

Ou seja: o produto viaja ao contrário!

Por exemplo, mercadorias que são movidas do cliente para o distribuidor ou para o fabricante.

Qualquer processo ou gerenciamento após a venda do produto envolve logística reversa. Se o produto estiver com defeito, o cliente devolverá o produto. A empresa de manufatura teria então que organizar o envio do produto defeituoso, realizando testes, desmontando, consertando, reciclando ou descartando.

A busca por reinserir a mercadoria já utilizada em novos ciclos produtivos

O principal objetivo é reaproveitar produtos já usados pelos consumidores, como algumas empresas de cosméticos já fazem.

Elas incentivam a devolução de embalagens usadas e até criam promoções como “traga seis embalagens e troque por um batom”. É o caso de marcas conhecidas, como Quem Disse, Berenice, do Grupo Boticário, MAC Cosméticos, Natura e Body Shop.

Assim, essas empresas previnem a poluição da natureza com os recipientes de plástico e ganham a oportunidade de reutilizá-los após os procedimentos adequados.

A logística reversa trabalha com duas áreas de atuação: a logística reversa de pós-consumo e a de pós-venda.

Logística Reversa de Pós-Consumo

Aqui o objetivo é garantir que os produtos, após consumidos, tenham um destino adequado e sustentável. Alguns dos motivos pelos quais esses produtos passam pelo processo são:

  • Condições de uso: podem ser reutilizados;
  •  Fim de vida útil: não têm mais utilidade, porém os componentes podem ser reaproveitados ou remanufaturados;
  • Resíduos ambientais: os componentes trazem riscos ao meio ambiente se não descartados de maneira correta.

Neste caso há três opções disponíveis:

  • Reuso – Quando o produto ainda está em condições de uso;
  • Reciclagem – Nos casos em que componentes do produto servem como matéria-prima para alimentar o ciclo de produção;
  • Desmanche – Separação dos componentes do produto, direcionando cada parte a seu destino correto, podendo ser uma das outras duas alternativas ou o descarte.

Logística Reversa de Pós-Vendas

Já a logística reversa de pós-vendas é responsável por produtos com pouco ou nenhum uso que acabam retornando a cadeia de distribuição. O objetivo é reinserir estes itens no mercado ou na cadeia produtiva, seja no varejo ou no e-commerce. 

Os motivos podem ser:

  • Qualidade: produtos que apresentam defeito de fabricação ou de funcionamento;
  • Comerciais: produtos em estoque por erro de expedição, excesso de estoque, mercadorias em consignação, pontas de estoque término de validade, problemas após a venda, chamado de recall;
  • Substituição de componentes: itens de produtos que necessitam de manutenção e consertos.

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Benefícios da Logística Reversa

A reutilização de produtos e materiais não é um fenômeno novo. A reciclagem de resíduos de papel, sistemas de depósito para garrafas de refrigerantes e corretores de sucata de metal são ações que existem há muito tempo.

A diferença é que, com o advento do e-commerce, a logística reversa mostra-se cada vez mais presente e demandada.

Porém a prática traz vantagens tanto para o próprio e-commerce quanto para o varejo mais tradicional. Veja alguns dos principais benefícios:

  • Redução de Custos

Com a logística reversa, o resíduo retorna para a cadeia produtiva e gera economia na compra de novos recursos, como no exemplo que citamos das embalagens de cosméticos.

Assim, de maneira organizada, é possível fazer com que o valor de aproveitamento do resíduo seja menor que a extração e transporte da matéria-prima bruta necessária para um produto completamente novo.

  • Estímulo à inovação em seus processos

A logística reversa traz um benefício muito importante para as empresas: o incentivo à inovação.

Com o uso de tecnologias cada vez mais eficientes, a reutilização do resíduo é facilitada, pois seu retorno e reciclagem passam por um processo produtivo melhorado. 

Dessa forma, é possível adaptar a produção e modificar o fluxo de distribuição de maneira estratégica, de acordo com as diretrizes de logística reversa da empresa. 

  • Consumidores mais engajados com sua marca

De acordo com um estudo realizado pelo Institute for Business Value (vinculado à empresa de tecnologia IBM), 84% dos consumidores indicam que a sustentabilidade ambiental é moderadamente importante.

Além disso, a pesquisa ainda apontou que os consumidores estão dispostos a gastar mais em marcas que são ambientalmente responsáveis.

Mas não se engane: para o consumidor de hoje, não basta publicar conteúdo contra a poluição nas redes sociais, é preciso fazer com que o seu negócio se destaque como uma marca confiável e responsável. 

Uma das principais formas de demonstrar consciência ecológica é por meio da energia limpa e da reutilização de materiais, principalmente dos que demoram muito tempo para se decompor se jogados no lixo, como o plástico, por exemplo.

  • Se tornar referência no mercado

Em um mundo que, cada vez mais, coloca a saúde do meio ambiente como um motivo para consumir desta ou daquela empresa, ser sustentável é uma vantagem competitiva.

A coleta e reciclagem dos materiais cria uma boa reputação com uma série de clientes, principalmente na faixa mais jovem. Tornou-se comum para esta faixa etária, abandonar os canudos de plástico e escolher marcas de shampoo que coletem as embalagens ou que as tornam biodegradáveis.

O mesmo acontece com empresas que recolhem e consertam produtos com defeito, criando uma sensação de segurança para o consumidor, que tem mais chances de se fidelizar a um negócio atencioso com seus produtos e clientes.

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Qual lei regulamenta esse processo?

Mais do que uma ideia sustentável, a logística reversa já é um processo regulamentado. A sua implantação já é lei para fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes de certos produtos. 

A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para cumprir a lei, são feitos acordos setoriais entre os setores e o poder público para implantar um sistema de logística reversa.

Já o Comitê Orientador para Implementação de Sistemas de Logística Reversa, por sua vez, foi criado pelo Decreto Nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Ele é presidido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A estrutura do Comitê Orientador também inclui o Grupo Técnico de Assessoramento (GTA), instituído pelo Decreto Nº 7.404/2010. 

O objetivo do Comitê Orientador é conduzir a implantação da logística reversa, por meio de estudos de viabilidade técnica e econômica. Após a aprovação dos estudos, o Comitê realiza editais de chamamento das propostas.

É por meio desse processo que se dá início aos trabalhos de elaboração dos acordos entre governo e empresas.

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7 passos para implementar logística reversa

Para implementar a logística reversa, é preciso desenvolver estratégias coesas que levem em conta velocidade, eficiência e custo das operações.

Além disso, a empresa ainda deve considerar fatores como: políticas, parceiros, dados, capacidade, logística e transporte.

Veja algumas dicas:

1) Avalie políticas e acordos relevantes

Revise os procedimentos relacionados às devoluções e reparos de sua empresa. Essas políticas devem ser claras e considerar as causas básicas de devoluções e reparos. A forma como uma empresa lida com essas situações pode ser um diferencial competitivo.

2) Colabore com fornecedores

A estreita colaboração com os fornecedores pode ajudar a garantir uma experiência tranquila e integrada para os clientes, ao contrário de uma experiência desconexa que eles terão dificuldade em navegar.

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3) Use dados a favor do seu negócio

Ao coletar dados sobre devoluções de produtos, você pode entender por que os clientes estão devolvendo-os. A partir dessa informação, você pode fazer ajustes em vendas, design de produto e processos de logística.

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4) Rastreie produtos 

Vincular a matéria-prima ao produto acabado e ao pedido do cliente permite rastrear ingredientes no caso de precisar de recalls. Assim, você pode localizar o problema e  resolver de forma seletiva.

5) Centralize a devolução

Com um centro de devolução você pode classificar melhor os produtos e identificar a próxima etapa adequada para cada um deles. Dessa forma, a sua empresa pode determinar a melhor forma de recuperar o valor do produto.

Se você não tiver recursos para ter um centro de devolução separado, considere dedicar uma parte de seu depósito ou fábrica para devoluções.

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6) Examine a logística e o transporte

Revise regularmente os processos de logística direta e reversa, além do transporte. Determine se é viável integrar alguns desses processos.

Por exemplo, se os seus motoristas de entrega puderem recolher paletes vazios à medida que os deixam cheios, você economiza viagens, tempo e dinheiro.

7) Automatize os processos

A maneira mais prática de coordenar os processos logísticos em campo é com o apoio da tecnologia. Um aplicativo pode calcular a melhor rota para cada viagem, organizar as tarefas da equipe para agilizar a operação e ainda permite que o gestor acompanhe a operação em tempo real.

Além disso, todas as informações coletadas em campo podem ser armazenadas em nuvem, evitando a perda de dados importantes.

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Considerações sobre logística reversa

Ser uma marca responsável perante seus públicos tornou-se uma estratégia importante em termos de reputação corporativa e marketing. E isso inclui a preocupação com o meio ambiente.

Nesse sentido, pensar ações de logística reversa pode ser um projeto relevante para o seu negócio e até para obter resultados financeiros.

O consumidor de hoje precisa sentir que está comprando produtos de empresas íntegras e melhorar a logística reversa da sua empresa abre oportunidades para uma série de práticas de negócios sustentáveis.

Pensando em aderir a um modelo de logística que seja sustentável tanto para o meio ambiente quanto para a empresa?

Montamos um mini-guia de acordo com os conhecimentos de especialistas de empresas como a uMov.me, eSales, ReiterLog, Energisa e Heineken, elencando 9 passos para aderir a logística sustentável.

Nele você verá exemplos de como grandes empresas estão se adaptando para contribuir para um mundo mais sustentável.

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