10º FdtThink aborda a organização, planejamento e execução como os passos práticos para a mudança
17th nov 2021 | Leitura de 10 min
Na 10º edição do FdtThink, evento apoiado pela uMov.me, os empreendedores Daniel Wildt e Fausto Vanin trocaram experiências sobre os passos práticos para a mudança dentro de um negócio. Confira!
Promovida pela Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec) com o apoio da uMov.me, a 10ª edição do FdtThink contou com a presença de Daniel Wildt, sócio e diretor da uMov.me, e Fausto Vanin, fundador da OnePercent e fellow na Social Good Brasil.
Os dois, conectados pela atuação nas áreas de inovação e tecnologia, bateram um papo no dia 10 de novembro de 2021, no painel virtual “Faz teus corres”.
A conversa percorreu tópicos como organização, planejamento e execução de passos práticos para a mudança — pauta relacionada ao tema central desta edição: “Respira e vamo dale: toda mudança requer coragem!”
Mediados pelo diretor da Fundatec, Felipe Homem, os empreendedores do setor tecnológico abordaram tópicos importantes como iniciativas, escolhas, atitudes, causas e a realidade prática dentro de um negócio.
Iniciativa ou acabativa?
Vivemos na era da complexidade. Dentro de uma empresa, os problemas estão cada vez mais pontuais e imprevisíveis, o que exige soluções rápidas, objetivas e práticas para que os processos internos não se tornem complexos demais e afetem os resultados.
Hoje, não é mais possível fazer um planejamento estratégico para mais de um ano. A sobrevivência de um negócio depende não só das habilidades de organização do gestor, mas, principalmente, da flexibilidade dele diante dos imprevistos.
Para Fausto Vanin, todo empreendedor precisa deixar de focar apenas em resultados e ter a capacidade de “capturar valor e ressignificar o que é sucesso” dentro das suas ações e objetivos.
Fausto diz que ter uma acabativa nesse sentido pode ser muito nocivo. Não alcançar um propósito exatamente como ele foi sonhado não necessariamente significa que uma empresa falhou.
Dentro dos passos práticos para a mudança, está a habilidade de captar o máximo de valor dentro da trajetória profissional — como afirma Fausto, esse valor é a aprendizagem.
“Toda empresa, bem sucedida ou não tão bem sucedida, é uma escola. Todo empreendimento é um processo de aprendizagem. É a gente tentar entender onde estão as linhas de chegada, não a linha de chegada, daquilo que está na iniciativa e saber como nós podemos celebrar as pequenas conquistas no meio de tanta coisa“, ele explica.
Neste contexto, Daniel Wildt diz enxergar tempos difíceis. Para ele, a distinção entre iniciativa e acabativa é muito relativa.
“Quando começamos a detectar dentro das empresas, nós vamos enxergar pessoas que gostam do trabalho contínuo e pessoas que estão mais conectadas com este processo da descoberta. Um CEO deveria estar olhando para uma estratégia de empresa — como que essa empresa consegue enxergar as oportunidades que estão presentes e escolher quais desafios vai querer desbravar“, relata o empreendedor.
Para Daniel, o maior desafio que as pessoas enfrentam são suas certezas. Segundo ele, não se deve acreditar em achismos. É preciso colocar uma ideia em prova, através de ferramentas e estruturas que possibilitem um modo de pergunta.
Projetos paralelos, habilidades e escolhas
Cada escolha é uma renúncia. Na vida, sabemos que toda decisão significa que teremos que abrir mão de certas coisas para realizá-la. É neste momento que entra a questão da prioridade.
Como empreendedor, é fundamental ter consciência do estilo de vida desejado. Muitas pessoas estão acostumadas com horas exaustivas de trabalho e a tolerar um ambiente nocivo, aonde não cabe priorizar projetos paralelos ou a vida pessoal. Acordar deste “piloto automático” não é fácil, mas é o primeiro dos diversos passos práticos necessários para a mudança.
No bate-papo, Fausto Vanin questiona a fala “emprego tem e trabalha quem quer“. Para ele, um grande desafio atualmente é criar organizações em que até o cargo mais operacional também consegue conciliar sua vida profissional com a pessoal — antes disso, organizar a rotina de trabalho para que ele possa de fato ter sua própria vida.
“Equipes e funcionários não são propriedades nossas. Eles são aquilo que viabiliza nossos sonhos. Então, nós temos que buscar dialogar na mesma condição com quem não está aqui acompanhando nosso papo. Está lá, fazendo o corre da empresa no operacional, tocando o dia a dia“, afirma.
Complementando a fala de Fausto, Daniel Wildt traz o tópico de projetos paralelos e ressalta a importância do “respira” dentro de “respira e vamo dale” — tema central da 10ª edição do FdtThink. Ele ressalta a importância de ter um espaço na rotina para pensar, conhecer causas, se conectar com outras ideias e dialogar com outras pessoas.
“Sua criatividade está conectada com tudo que você consome, daquilo que está ao seu redor. Se você está focado em uma única coisa 100% do tempo, vai se tornar uma pessoa sem ideias“, explica o diretor da uMov.me.
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Atitudes e causas dentro de um negócio
Ao contrário da crença popular, o retrato do empreendedor brasileiro é uma mulher negra e mãe-solo. O dado é trazido na conversa por Fausto Vanin, que também é ativista por causas sociais e pela redução da desigualdade.
Para muitos, as causas são encaradas como problemas externos à empresa. Com essa concepção, gestores e empreendedoras no Brasil afora deixam de priorizar a transformação social para contratar aquele “funcionário 1%”, que pôde construir um currículo extenso e chamativo, em detrimento da grande maioria, que não teve o mesmo privilégio.
A mudança acontece através de atitudes coletivas, mas o coletivo é definido pelo conjunto de pequenas transformações no ambiente interno de um negócio, lideradas pela gestão. Somadas, as atitudes de várias empresas em defesa de uma causa impulsionam a mudança positiva na dinâmica de mercado como um todo.
Sobre isso, Daniel Widlt ressalta:
“Quando eu vejo uma empresa falando isso no Brasil, achando que pode se comparar com alguma outra nação do mundo… nós somos um país de terceiro mundo. Somos um país que tem muita desigualdade, e a distância social é gigantesca. Então, nós temos um trabalho a fazer como empresa.”
Para Fausto, não só é possível como é essencial que organizações representem espaços para trabalhar essas causas.
“As pessoas são atravessadas por essas pautas todos os dias. Muitas vezes, aquilo que a gente não vê dentro das empresas diz muito sobre aquilo que a gente vê. Então, quando uma empresa de ampla escala, dentro de um processo seletivo coloca que não quer trazer pessoas LGBTQIA+, pessoas gordas e pessoas fora de um padrão de beleza para compor suas equipes, de maneira objetiva e deliberada, nós reforçamos um padrão no qual muitas pessoas são sempre o ‘segundo’. Só que, se ele nunca for o primeiro, ele nunca vai entrar“, explica Fausto, sobre a falta de oportunidades para minorias.
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Empreender pela mudança: quem são os agentes?
Ao longo do bate papo, Daniel Wildt e Fausto Vanin trouxeram casos de empreendedores outliers para traçar os passos práticos para a mudança.
O primeiro empreendedor outlier é aquele que, por exemplo, é filho de um dono de uma grande empresa e teve todo o suporte que precisou para que seu próprio negócio desse certo. Já o segundo seria quase o oposto — é a pessoa que foi obrigada a empreender devido às circunstâncias desfavoráveis da sua vida e à falta de oportunidade no mercado de trabalho.
Esses dois exemplos representam dois agentes ativos no contexto da mudança: o empreendedor que conta com uma forte rede de apoio deve reconhecer e aproveitar sua posição de privilégio para implementar a mudança na sua empresa, para oferecer oportunidades àquele que foi forçado a empreender, assim reduzindo a desigualdade e possibilitando que o último possa escolher o caminho profissional que quer tomar.
Mas e o empreendedor nato? Este seria o líder que não foi influenciado por um contexto — ele é empreendedor simplesmente porque quer empreender. O grande desafio deste agente, diante da mudança, é enfrentar o egoísmo.
Empreendedores que têm o sonho de criar um negócio o fazem para concretizar um propósito pessoal. É algo que essa pessoa faz para se sentir bem.
Contudo, é muito importante lembrar que aquela empresa que será criada não é para satisfazer o gestor, mas sim aquele que vai consumir o serviço ou produto oferecido. Ou seja: o seu foco é o cliente!
Como colocou Fausto Vanin, empreender é um esporte coletivo. Ter diversidade dentro de um negócio oferece diferentes pontos de vista sobre uma decisão.
Enquanto o empreendedor muitas vezes quer seguir o plano tão sonhado para a própria empresa, uma segunda opinião pode mostrar que talvez aquela não seja a melhor estratégia para o momento.
Exercitar a capacidade de se conectar com outras pessoas e acolher diferentes visões é a receita para uma liderança flexível, fundamental para efetivamente colocar a mudança em prática dentro e fora de um negócio.
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Conheça os especialistas em inovação e empreendedorismo
Mediado pelo diretor da Escola Profissional Fundatec, Felipe Homem, o bate-papo sobre os passos práticos para a mudança trouxe os especialistas Daniel Wildt e Fausto Vanin. Conheça os participantes do painel:
DANIEL WILDT – Co-fundador e CHO da uMov.me
Profissional de Tecnologia, preocupado com desenvolvimento de produtos e serviços com equipes focadas em aprendizado, melhoria contínua e autonomia. Produz conteúdo em vídeo, áudio e texto sobre consciência de tempo, experiência de usuário, empreendedorismo e metodologias ágeis. Sócio e mentor na Wildtech, Blogger/Youtuber no danielwildt.com, sócio e diretor na uMov.me.
FAUSTO VANIN – Agente da transformação digital e co-fundador da OnePercent
Atua em iniciativas que usam a tecnologia para mudar o contexto social em que vive. Possui mestrado em Informática Aplicada pela PUC-PR e certificação em Inovação e Estratégia pelo MIT Sloan School of Management. Em processo de doutoramento no uso de Blockchain na área da saúde pela Unisinos, co-fundador da OnePercent, empresa que desenvolve soluções com a tecnologia Blockchain. Mentor, palestrante e ativista por causas de impacto social, ambiental em redução de desigualdades.
FELIPE HOMEM – Docente e gerente de Gestão e Tecnologia e diretor da Escola Profissional na Fundatec
Profissional da área executiva de marketing e negócios com ampla experiência em marketing corporativo, mapeamento e análise de mercado (inteligência competitiva), prospecção e desenvolvimento de negócios. Como diretor da Escola Profissional Fundatec, é responsável pelas políticas administrativas e pedagógicas. Também é palestrante e integrante de comissões temáticas de congressos e seminários nas áreas de Qualidade, Recursos Humanos e Gestão Pública.
Assista abaixo o bate-papo completo entre Daniel Wildt e Fausto Vanin no 10º FdtThink:
Considerações sobre os passos práticos para a mudança
“Eu estou sempre em progresso. Eu defino assuntos em que eu quero me desenvolver, assuntos com que eu quero trabalhar. Não consigo determinar exatamente uma meta específica, por que o jeito que eu lido com esses assuntos é de uma forma infinita”, reflete Daniel Wildt.
Como explica Daniel, a transformação é um ato contínuo. Ou seja: é possível estabelecer metas e datas até certo ponto, desde que haja a consciência de que a mudança não tem fim.
O empreendedorismo, por natureza, já implica um setor recheado de inovação e ideias criativas. Por isso, é muito importante que todos os agentes deste ecossistema atuem coletivamente e adotem passos práticos pela mudança positiva.
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